domingo, 30 de outubro de 2011
terça-feira, 21 de junho de 2011
Alface brava com 1,93cm
Desta vez destacamos a Lactuca serriola.
Segundo a literatura é frequente ser encontrada em zonas perturbadas, baldios ou até junto a caminhos de terra batida, no entanto, não encontrámos algum tipo de padrão, pois na zona do Poceirão foi encontrada em locais com características tão diversas como em caminhos estreitos, no meio de pinheiros, junto a sobreiros e até ao lado de entulho.
Segundo a “Nova Flora de Portugal, Volume II, página 521” esta planta pode apresentar um caule até 180cm, curiosamente um dos exemplares que se encontrou apresentava uns impressionantes 193cm. A referida planta está representada nas várias fotos deste artigo.
Esta planta apresenta algumas características curiosas como a presença dos pêlos ao longo das folhas e se aplicarmos pequenos golpes ao longo do caule esta liberta látex.
segunda-feira, 20 de junho de 2011
Daphnia
A designação de pulga de água deve-se ao movimento do par de antenas que permitem a locomoção no meio aquoso de forma que se assemelham ao saltar das pulgas terrestres.
São de pequenas dimensões que podem variar entre 0,2 e 5,0 milímetros, habitam em meios aquáticos desde charcos a rios e alimentam-se essencialmente de plâncton, podendo ingerir microorganismos tais como protistas e bactérias, mas também matéria orgânica particulada e dissolvida no meio. Nas nossas colheitas foram identificadas em praticamente todos os charcos, no entanto, houve nitidamente um bloom num curto período de tempo em que dominaram em número. Essa proliferação desapareceu pouco tempo depois não se sabendo a sua causa.
Uma particularidade da espécie é a sua reprodução que pode ser curiosa... Durante a maior parte do ano, as dáfnias reproduzem-se por partenogénese (forma assexuada de reprodução). Nesta altura a população é composta maioritariamente ou exclusivamente por fêmeas. Quando as condições ambientais tornam-se desfavoráveis (por exemplo, falta de alimento, ou seca do meio aquático), passam a reproduzir-se sexuadamente; parte dos ovos que se estavam a desenvolver dão origem a dáfnias machos, que utilizam as primeiras antenas e ganchos do primeiro par de patas para agarrar a fêmea. A partir da fecundação, formam-se ovos de resistência que permanecem dormentes até que se reunam as condições necessárias para se desenvolverem. Segundo algumas estimativas, acredita-se que estes ovos de resistência possam resistir uns impressionantes vinte anos.
A esperança de vida de uma dáfnia é variável... Depende maioritariamente da temperatura do meio envolvente. Ensaios de laboratório indicam que um indivíduo pode sobreviver 108 dias a temperaturas de 3ºC ou sobreviver apenas 29 dias a temperaturas de 28°C.
sábado, 18 de junho de 2011
sexta-feira, 17 de junho de 2011
Sons do Poceirão à noite- Rana perezi
O Poceirão é uma zona muito plana em que as habitações estão assentes em terrenos que anteriormente foram charcos temporários. Por isso, a proximidade dos actuais charcos é evidente e é normal estar no meio da povoação à noite e conseguimos ouvir o coachar das rãs.
Neste caso o mais comum é ouvir o coachar da Rana perezi.
Neste vídeo podemos observar várias imagens da rã verde. Esta pode variar ligeiramente de coloração desde o verde claro ao castanho.
No seguinte video podemos observar o comportamento territorial da Rana perezi e ouvir como é o seu coachar característico.
segunda-feira, 13 de junho de 2011
Espécies exóticas, invasoras, introduzidas no Poceirão...
Em oposição temos as designações, exótica, não nativa, introduzida... que se referem a espécies que são libertadas numa zona diferente da sua região de origem.
Uma espécie é considerada reintroduzida quando esta é intencionalmente libertada numa região em que ocorria naturalmente, mas na qual se extinguiu ou se encontrava localmente ameaçada. Ao longo das nossas pesquisas sobre o Poceirão não obtivemos quais quer indícios de que tal tenha ocorrido no passado, mas com o desenrrolar das alterações climáticas e essencialmente pela influência humana, pode ser que tal seja necessário equacionar no futuro. Um forte candidato para uma reintrodução poderá ser a planta Elatine brochonii que se situa em terrenos destinados à construção, pelo que se encontra em risco. A longo prazo poderemos ter a salamandra-de-costelas-salientes ameaçada pela invasora Lagostim-de-água-doce sua competidora.
No caso específico do lagostim, não sabemos se esta já pode ser considerada de naturalizado na zona ou não. Para serem consideradas espécies naturalizadas geralmente são espécies que têm a capacidade de se reproduzir com sucesso e sem intervenção humana no novo ambiente. No entanto têm de existir registos da sua presença na zona envolvente há pelo menos 10 anos, facto que não conseguimos comprovar.
É necessário muito cuidado com a introdução de espécies em zonas novas. Facilmente se pode entrar em descontrolo. Ao longo da nossa saída de campo orientada para a Botânica, observámos várias espécies de "cultivadas" que não fazem parte da flora Mediterrânica, no entanto pareciam longe de se poderem tornar pragas. Um caso de indrodução com sucesso na zona do Poceirão foi o do eucalipto. Segundo relatos populares, o Poceirão foi uma das primeiras zonas do país em que a introdução do eucalipto se processou com exemplares directamente da Austrália. Esta planta devido ao seu valor económico é explorada de forma consciente pela população.
Sobreiro no top 5 das espécies mais ameaçadas e emblemáticas de Portugal...
Destes, e no âmbito das nossas saídas de campo do "Poça Pocinha Poceirão", identificámos o Sobreiro. Muito comum em terrenos próximos da zona do Rio Frio em que foram cultivadas e actualmente no estado de maturação já são exploradas para a cortiça e pelas características de pastoreio que esta planta proporciona ao meio envolvente.
O Sobreiro, é identificado pela WWF como espécie prioritária, pelo valor ambiental, económico e social, que representa para a eco região do Mediterrâneo Ocidental. Segundo estimativas esta espécie tem uma área de distribuição limitada, cerca de 2.7 milhões de ha.
-cortiça é um subproduto da árvore e é um processo ambientalmente sustentável, uma vez que nenhuma árvore é cortada e somente de 9 em 9 anos é realizado o descortiçamento;
Em Portugal as florestas em que o Sobreiro é dominante são de dois tipos: o montado, (um sistema aberto associado a zonas planas e a pastagens naturais) e o sobreiral, bosque mais denso e de serra.
A Biodiversidade elevada está, frequentemente, associada à variedade de pastagens que se associam ao Sobreiro. Este facto pode ser muito importante na fixação e proliferação de algumas espécies de aves cujas populações podem estar em declínio, como a Abetarda, a Águia Imperial, a Águia de Bonelli e o Abutre Negro.
Elatine no Sapo
http://noticias.sapo.pt/info/artigo/1159737.html
domingo, 12 de junho de 2011
Foto do dia no sapo
a área de notícias do SAPO: http://noticias.sapo.pt/foto/1159744/
Notícia na Lusa
A visita da LUSA sempre deu em notícia... Por agora ficou online, mas a divulgação já começou. É uma pequena notícia e poderá faltar algum dos dados que consideramos mais importantes mas fica a intensão de divulgar e notaram que algo tem de ser feito para a protger correndo o risco de desaparecer em breve.
Transcrevo a reportagem publicada:
"Planta rara descoberta por acaso no Poceirão atrai biólogos, escola e autarquia
De Luís Pedro Martins (LUSA)
Lisboa, 12 jun (Lusa) -- Um projeto escolar de estudo da biodiversidade no Poceirão, concelho de Palmela, levou à descoberta de uma planta rara. A Elatine brochonii deixou excitados os biólogos e a autarquia até admite repensar o plano urbanístico.
Com um nome tão pouco comum como a própria planta, a Elatine existe em alguns locais de Espanha, Marrocos, Argélia e França e já uma vez tinha sido referenciada na zona da Arrábida, em Portugal, explicou à agência Lusa o biólogo Miguel Porto, da Sociedade Portuguesa de Botânica.
Só se desenvolve em charcos temporários, germina na água mas floresce no sequeiro e morre em poucos meses. Necessita de condições muito precisas e Miguel Porto admite que muito em breve estará em extinção.
© 2011 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A. "
quarta-feira, 8 de junho de 2011
Pocinha na Lusa
Para que conheçam melhor o projecto das nossas escolas aqui fica uma pequena apresentação:
Para mais informações contactar Judite Mendes ou Rui Rego.
Os Urodelos do Poceirão
Como curiosidade, este grupo de animais são capazes de regenerar os membros e a cauda se estes forem decepados, o que pode acontecer por predadores.
Os anfíbios são controladores naturais de pestes, sendo um benéfico colaborador para os agricultores bem como um activo defensor da saúde humana, pois, ao caçar insectos e outros animais nocivos, está a aumentando a produtividade agrícola e a reduzir a propagação de doenças, como a malária, transmitida por mosquitos, ou a Leptospirose, bactéria transmitida ao homem pela urina de ratos que pode ser mortal.
Os anfíbios são excelentes indicadores de qualidade ambiental. Por terem uma pele altamente permeável são particularmente sensíveis a contaminantes ambientais, que entram facilmente e de forma directa no corpo, tornando-os assim importantes sentinelas para potenciais ameaças ao Homem.
De um modo geral a salamandra prefere um modo de vida solitário pelo que produz um cheiro para demarcar o seu território, mas o macho também tem a capacidade de produzir uma feromona para atrair parceiros na época do acasalamento.
O seu ciclo de vida começa na água pelo que foi fácil observar pela quantidade de larvas de salamandra-de-costelas-salientes que obtivemos nas diversas amostragens.
A maior espécie de salamandra conhecida é a salamandra-gigante que é natural da China e do Japão e que pode chegar a medir uns impressionantes 160cm de comprimento. A maior salamandra da Europa é a salamandra-de-costelas-salientes que pode chegar a medir 30cm de comprimento.
No âmbito das nossas saídas de campo identificámos duas espécies de Urodelos: - A Salamandra-de-costelas-salientes (Pleurodeles waltl) e a Salamandra-de-pintas-amarelas (Salamandra salamandra).
Tem uma actividade preferencialmente aquática e nocturna e alimentam-se à base de larvas, moluscos, minhocas e pequenos peixes. Podem ser encontrados na Península Ibérica e Marrocos.
Segundo dados, em Portugal não está ameaçada de extinção, no entanto, enfrenta alguns factores de ameaça como o abandono dos usos tradicionais dos solos transformando as massas de águas superficiais e é de destacar a introdução de uma espécie invasora no seu habitat que a pode predar; o lagostim-de-rio-americano (Procambarus clarkii) ou também designado por lagostim-vermelho, uma espécie introduzida no nosso país, tem sido apontado como o responsável pelo desaparecimento desta salamandra de algumas áreas. Este lagostim foi identificado na zona e acredita-se que existam em grandes números.
Segundo estudos, na maioria das populações, os indivíduos não atravessam um verdadeiro período de hibernação, estes estivam enterrados no fundo dos charcos ou ocultos debaixo de pedras e terra, isto pode ser a explicação do “desaparecimento” destes exemplares nesta zona depois dos charcos secarem.
Com hábitos essencialmente nocturnos e crepusculares, as salamandras-de-costelas-salientes costumam permanecer nas zonas mais profundas do charco durante o dia, vindo esporadicamente à superfície para respirar. Ao anoitecer, aproximam-se das margens para se alimentarem, detectando os alimentos sobretudo pelo olfacto uma vez que não primam pela visão.
A salamandra-de-pintas-amarelas (Salamandra salamandra) também designada por salamandra comum ou salamandra-do-fogo, exibe uma coloração preta ponteada por manchas amarelas. Apesar da coloração que pode afastar os predadores por os alertar para uma possível toxicidade, esta apenas segrega substâncias tóxicas, mas benignas, geralmente com efeitos irritantes e passageiros. Esta substância tóxica é produzida numa glândula na parte de trás da cabeça e só é segregada em caso de ameaça.
Ao contrário da salamandra referida anteriormente, esta, na fase adulta tem propensão a ter uma vida mais terrestre, no entanto a sua alimentação assenta sobre os mesmos organismos e a sua visão é mais apurada. Na fase adulta varia entre os 14 a 20cm sendo raro encontrar exemplares maiores que 23cm.
terça-feira, 7 de junho de 2011
O contributo da planta Elatine brochonii para a biodiversidade
A Biodiversidade é um conceito de difícil consenso. Uma possível definição admite a Biodiversidade como: "medida da diversidade relativa entre organismos presentes em diferentes ecossistemas".
Esta definição inclui diversidade dentro da espécie, entre espécies e diversidade comparativa entre ecossistemas.
Outra definição, mais desafiante, é "totalidade dos genes, espécies e ecossistemas de uma região".
Esta definição engloba três áreas de diversidade entre seres vivos:
diversidade genética
diversidade de espécies
diversidade de ecossistemas
Desta forma torna-se importante aferir a diversidade de espécies existentes nos nossos charcos e terrenos envolventes que são nossos objectos de estudo. Ao estabelecermos uma parceria com a Sociedade Portuguesa de Botânica realizámos umas saídas de campo com o objectivo de identificar e classificar a flora local de forma a melhor compreender o ecossistema.
Ficámos espantados com a enorme diversidade de espécies em especial com a planta Elatine brochonii que foi pela primeira vez identificada em solo nacional.
sábado, 4 de junho de 2011
Comemoração do Dia Internacional da Biodiversidade
quarta-feira, 25 de maio de 2011
Planta Elatine brochonii
Recentemente realizámos umas saídas mais orientadas para a Botânica com o apoio da Sociedade Portuguesa de Botânica, em que ficámos impressionados com a biodiversidade local e especialmente com uma planta que foi pela primeira vez identificada em Portugal: - Elatine brochonii.
Devido a esta descoberta a Sociedade Portuguesa de Botânica está a preparar uma folha de herbário com a nossa planta colhida no Concelho de Palmela, a qual ficará no herbário do jardim Botânico da Universidade de Lisboa.
Para mais info sobre a planta:
http://www.floraiberica.es/floraiberica/texto/pdfs/03_057_02_Elatine.pdf
Quem diria que iríamos encontrar no Concelho de Palmela uma planta nova para Portugal. Se ao longo do projecto já estávamos impressionados com a biodiversidade local, agora ficámos admirados com a existência de uma planta ainda não referenciada para Portugal.
Com o apoio da Sociedade Portuguesa de Botânica pudemos confirmar de que a planta aquática de solos encharcados se trata de uma Elatine brochonii.
O género Elatine é composto por 4 espécies em que a Elatine brochonii tem os seguintes caracteres de diagnóstico:
-6 estames em todas as flores;
-flores sempre sésseis;
-cápsula esférica mas aplanada no topo;
-folhas superiores sésseis e ovaladas.
Também foram registadas colónias em Algéria, França e Marrocos. Mas em todos os casos crê-se que as suas populações estejam a diminuir. O seu habitat enfrenta grandes perigos e sujeito a numerosas acções antropológicas como a drenagem de solos, sobrepastagem de gado, zonas de passagem de veículos e movimentações de solos.
Esta espécie pode ser encontrada em solos arenosos ou argilosos em zonas de muita exposição solar que se apresentam temporariamente inundados ao longo do ano. Pode habitar as orlas ou os centros de charcos e necessitam de estar inundados de água para poder germinar, mas não toleram grandes períodos de inundação uma vez que apresentam peças florais que não se desenvolvem dentro de água. Geralmente a floração ocorre durante a Primavera mas como as peças florais são discretas, é habitual que a planta e a sua floração passe despercebida. É uma planta anual que varia entre 1 a 10 cm e apesar de poder propagar-se de modo vegetativo esta apresenta sementes muito pequenas (0,4 a 0,5 mm).
domingo, 15 de maio de 2011
sexta-feira, 13 de maio de 2011
Actividade de Comemoração do Dia Internacional da Biodiversidade (22 de Maio)
Os participantes devem trazer para esta actividade roupa e calçado confortável, água, fruta e máquina fotográfica.
A actividade terá a seguinte organização:
18h - recepção dos participantes
18h30 - Enquadramento da actividade no projecto Poça, Pocinha, Poceirão
19h - Saída de campo
21h - Fim da actividade
Uma vez que esta actividade irá realizar-se a um Domingo, não haverá transporte para os alunos, ficando este a cargo dos encarregados de educação. Esta actividade é aberta aos encarregados de educação que queiram acompanhar os seus educandos. A actividade está limitada a um máximo de 20 participantes.
domingo, 8 de maio de 2011
Amostra das actividades desenvolvidas com o pré-escolar
quarta-feira, 27 de abril de 2011
Quem somos
- Inventário de charcos nas zonas envolventes das escolas agrupadas das turmas envolvidas no projecto;
- Recolha de água e organismos (fito e zooplâncton, insectos e pequenos vertebrados);
- Observação das amostras com lupas de mão, lupas binoculares e microscópios ópticos;
- Registo foto e videográficos, ilustração das amostras observadas com vista à classificação taxonómica e inventário biológico dos charcos;
- Registo de parâmetros físico-químicos nos locais das colheitas (temperatura, pH, condutividade), para relacionar com fenómenos biológicos em curso;
- Registo foto e videográfico de todas as etapas do projecto com vista a divulgação à comunidade;
- Elaboração de um livro digital com a identificação e descrição científica das espécies identificadas bem como todas as conclusões do trabalho realizado.