quarta-feira, 25 de maio de 2011

Planta Elatine brochonii

Como todos os professores colaboradores do projecto "Poça, Pocinha, Poceirão" são provenientes de áreas de especialização diferentes torna-se necessário estabelecer parcerias de modo a podermos continuar com o projecto e poder garantir o rigor científico do mesmo, assim contactámos entidades como a Sociedade Portuguesa de Botânica para nos ajudar.

Recentemente realizámos umas saídas mais orientadas para a Botânica com o apoio da Sociedade Portuguesa de Botânica, em que ficámos impressionados com a biodiversidade local e especialmente com uma planta que foi pela primeira vez identificada em Portugal: - Elatine brochonii.

Devido a esta descoberta a Sociedade Portuguesa de Botânica está a preparar uma folha de herbário com a nossa planta colhida no Concelho de Palmela, a qual ficará no herbário do jardim Botânico da Universidade de Lisboa.

Para mais info sobre a planta:
http://www.floraiberica.es/floraiberica/texto/pdfs/03_057_02_Elatine.pdf

Quem diria que iríamos encontrar no Concelho de Palmela uma planta nova para Portugal. Se ao longo do projecto já estávamos impressionados com a biodiversidade local, agora ficámos admirados com a existência de uma planta ainda não referenciada para Portugal.

Com o apoio da Sociedade Portuguesa de Botânica pudemos confirmar de que a planta aquática de solos encharcados se trata de uma Elatine brochonii.

O género Elatine é composto por 4 espécies em que a Elatine brochonii tem os seguintes caracteres de diagnóstico:
-6 estames em todas as flores;
-flores sempre sésseis;
-cápsula esférica mas aplanada no topo;
-folhas superiores sésseis e ovaladas.
Após alguma pesquisa é possível concluir que é uma planta rara. Por exemplo em Espanha estão registadas apenas 31 populações isoladas compostas por colónias muito pequenas como pode ser observado em pontos vermelhos na seguinte imagem.
Também foram registadas colónias em Algéria, França e Marrocos. Mas em todos os casos crê-se que as suas populações estejam a diminuir. O seu habitat enfrenta grandes perigos e sujeito a numerosas acções antropológicas como a drenagem de solos, sobrepastagem de gado, zonas de passagem de veículos e movimentações de solos.
Esta espécie pode ser encontrada em solos arenosos ou argilosos em zonas de muita exposição solar que se apresentam temporariamente inundados ao longo do ano. Pode habitar as orlas ou os centros de charcos e necessitam de estar inundados de água para poder germinar, mas não toleram grandes períodos de inundação uma vez que apresentam peças florais que não se desenvolvem dentro de água. Geralmente a floração ocorre durante a Primavera mas como as peças florais são discretas, é habitual que a planta e a sua floração passe despercebida. É uma planta anual que varia entre 1 a 10 cm e apesar de poder propagar-se de modo vegetativo esta apresenta sementes muito pequenas (0,4 a 0,5 mm).

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